26 de nov. de 2013

Seus olhos e seus olhares, milhares de tentações...

Como se não bastasse os olhos verdes, aquela timidez juntamente com seu bom comportamento, cavalheiresco,  o deixava um tanto requintado em comparação aos outros e além disso lhe dava um ar de... honestamente não sei qual palavra usar. Seus gestos eram sempre muito bem calculados, e tudo era planejado durante a noite anterior. Ele tinha um milhão de ideias enquanto sua cabeça estava encostada no travesseiro, talvez sua cama hoje estivesse com o cheiro dela... Mas voltando aos seus atributos físicos e comportamentais, era fascinante ver sua educação sendo posta em prática, parecia que havia sido treinado a vida inteira para isso, para agradá-la e só. E como ela gostava de ser agradada por ele, talvez a vida não tivesse lhe permitido ainda a sorte de alguém tão refinado, sim essa seria a palavra.
Engraçado mesmo foi como as coisas começaram a acontecer, tudo foi ligeiríssimo e por sorte, ou azar, do destino estavam ambos com os corações transpassados por flechas de cupidos loirinhos e gordos, são sempre uns danados esses seres do céu, ou do inferno. Numa manhã ensolarada de novembro ela se compromete em ir conhecer o quarto dele, e que lugar legal era aquele. A cama parecia gostosamente macia e seus braços se embaraçavam nos embaraços dele.
Ela gostava de laços e ele gostava de sandálias Havaianas, porque pareciam simples e confortáveis. Suas músicas agressivas não foram fortes o suficiente para não deixá-la de coração mole ao ouvir Kid Abelha e lembrar dele. Não existia para ele nenhuma rosa mais bonita que ela, ou existia? Se vidas passadas realmente existem, ela foi a bruxinha dele em algum século do período medieval. E se ela pudesse usar palavras para parafrasear uma das falas da série A Menina Sem Qualidades, usaria essas: 
 " Suas mãos pareciam que haviam sido feitas exatamente para ficar em meus ombros, elas se encaixavam perfeitamente lá, era como se tivessem nascido ali, como assas de anjo."
Continue com os planos, continue com a gentileza e continue me impressionando. Era o que ela pensava sempre, porque com ele era diferente.
Que engraçado o destino, ela nunca pensou que fosse encontrar inspiração para escrever palavras doces de novo, mas ela não encontrou só a inspiração, ele já era a doçura.Era como Romeu e Julieta, goiabada com queijo, subway com Gaby e Erick. Era como beijo no cinema ou como Vênus no céu, cintilava alegria. Olhos verdes, verdes olhos. Nunca valeu tanto a pena arrumar a cama de novo e de novo e de novo... W.S 



24 de nov. de 2013

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[...] Via os grandes navios que partiam as grandes chatas, sempre em movimento, as pequenas barcas que flutuavam lá embaixo: contemplava ao longe o esplendor brumoso do mar e a esperança de uma vida febril num mundo de aventuras. Deixava-se ficar, às vezes, no convés, para viver em sonhos, adiantadamente, no bruhaha babélico de duzentas vozes, a vida marítima dos livros infantis. Via-se a si próprio arrebatando homens a um navio que se afunda, abatendo mastros na tempestade, carregando a nado um salvado através da ressaca; ou então, náufrago solitário, descalço e seminu, caminhava pelas rochas descobertas, em busca de mariscos para apaziguar a fome. Encontrava selvagens em terras tropicais, reprimia motins em alto mar, e sustentava, numa pequena embarcação perdida no oceano, o coração desesperado de seus companheiros; eterno exemplo de apego ao dever, ele permanecia inabalável como um herói de romance. [...]” Lord Jim