24 de nov. de 2013

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[...] Via os grandes navios que partiam as grandes chatas, sempre em movimento, as pequenas barcas que flutuavam lá embaixo: contemplava ao longe o esplendor brumoso do mar e a esperança de uma vida febril num mundo de aventuras. Deixava-se ficar, às vezes, no convés, para viver em sonhos, adiantadamente, no bruhaha babélico de duzentas vozes, a vida marítima dos livros infantis. Via-se a si próprio arrebatando homens a um navio que se afunda, abatendo mastros na tempestade, carregando a nado um salvado através da ressaca; ou então, náufrago solitário, descalço e seminu, caminhava pelas rochas descobertas, em busca de mariscos para apaziguar a fome. Encontrava selvagens em terras tropicais, reprimia motins em alto mar, e sustentava, numa pequena embarcação perdida no oceano, o coração desesperado de seus companheiros; eterno exemplo de apego ao dever, ele permanecia inabalável como um herói de romance. [...]” Lord Jim

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