1 de jan. de 2015

O Infinito

[...] Mas para um homem Copérnico podia ir mais além. Seu nome era Giordano Bruno, de natureza rebelde, ele queria romper com aquele universo minúsculo, mesmo quando era um jovem monge dominicano em Nápoles. Já era desajustado, naquela época não havia liberdade de pensamento na Itália, mas Bruno desejava saber tudo sobre a criação divina, desde então ousou ler os livros proibidos pela igreja e essa foi a sua ruína. Em um desses livros, um antigo romano,  que estava morto a mais de 1500 anos lhe contou sobre um universo muito maior, tão ilimitado quando sua ideia de Deus. Lucrécio pediu ao  leitor que se imaginasse parado na beira do universo e que atirasse uma flecha para frente, se a flecha não parasse então era óbvio que o universo se estendia além do que aquilo que se imaginou ser a beira, mas se a flecha não continuasse, digamos que batesse num muro, então o muro ficaria além daquilo que se imaginava ser a beira do universo. Agora se você subisse naquele muro e atirasse outra flecha novamente só há dois resultados possíveis, ou ela voa para sempre pelo espaço ou bate em algum limite em que você pode subir e atirar outra flecha, de qualquer forma o universo não tem limites. O Cosmos deve ser infinito. Essa ideia fez total sentido para Bruno, o Deus que ele adorava era infinito. Então pensou ele: Como a criação poderia ser algo menor?
[...] Aos 30 anos ele teve a visão que selou o seu destino, nesse sonho ele acordou  num mundo contido dentro de uma tigela limitante de estrelas, esse era o cosmos da época de Bruno. Ele teve uma sensação momentânea de medo, como se a base de tudo estivesse desaparecendo sob seus pés, mas recuperou a coragem. 
         "Abri asas confiantes no espaço e elevei-me em direção ao infinito, deixando para trás tudo o que os outros se esforçavam para ver ao longe. Aqui não há em cima, em baixo, não há beira nem centro, eu vi que o sol era só outra estrela e que as estrelas eram outros sois. Cada um deles acompanhado por outras terras como a nossa, a revelação dessa imensidão foi como se... apaixonar. "
Bruno tornou-se pregador, propagando o evangelho do infinito por toda a Europa, ele pensou que outros adoradores de Deus naturalmente abraçariam essa visão maior e mais gloriosa da criação.
"Mas que tolo fui eu!"
Ele foi excomungado pela igreja católica Romana em sua pátria , expulso pelos calvinistas na Suíça, e pelos luteranos na Alemanha. 
[...] "O Deus de vocês é muito pequeno! . " 
- Cosmos: Odisseia no espaço.